A Jornada de Clara – Psicóloga Clínica Rosimeri Mebs https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br Terapia com Realidade Virtual Thu, 29 May 2025 13:52:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/wp-content/uploads/2025/05/cropped-Icone_Preto_01-32x32.png A Jornada de Clara – Psicóloga Clínica Rosimeri Mebs https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br 32 32 Entre o Medo e a Esperança: A Jornada de Clara https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/entre-o-medo-e-a-esperanca-a-jornada-de-clara/ https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/entre-o-medo-e-a-esperanca-a-jornada-de-clara/#respond Thu, 29 May 2025 13:52:42 +0000 https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/?p=1544 Clara sempre teve dificuldade em acreditar que era merecedora de uma vida boa. Desde pequena, sua relação com o afeto foi confusa e marcada por instabilidade. Sua mãe, ora carinhosa, ora distante e fria, nunca lhe deu a segurança necessária para confiar nos laços que criava. Seu pai, ausente, só reforçava a sensação de abandono que a acompanhava como uma sombra.

Agora, com 24 anos, Clara se vê presa em um ciclo de pensamentos que a impedem de desfrutar os pequenos momentos de felicidade. Sempre que algo positivo acontece, sua mente automaticamente a alerta: “Isso não vai durar.” Algo ruim está para acontecer.” Esse medo constante de que a vida a punirá por momentos de alegria faz com que ela se afaste das pessoas, evite criar vínculos e se sabote profissionalmente.

Em seu trabalho como designer, suas ideias brilhantes nunca chegam a ser apresentadas, pois ela teme que não sejam boas o suficiente. Nos relacionamentos, ela se entrega a relações que reforçam sua crença de que não é digna de amor. E, quando um sentimento genuíno de felicidade surge, ela o descarta rapidamente, acreditando que é apenas uma ilusão passageira.

Foi durante uma sessão de terapia que Clara ouviu pela primeira vez sobre o transtorno do apego desorganizado. Sua terapeuta explicou como essa insegurança emocional, enraizada em experiências de infância, moldava sua forma de se relacionar com o mundo. “Você não está condenada a viver assim para sempre, Clara.” A maneira como aprendeu a enxergar o amor e a segurança pode ser ressignificada. Mas isso exige paciência, prática e, acima de tudo, autocompaixão.”

Clara queria acreditar nessas palavras, mas sentia que era tarde demais para mudar. Ainda assim, naquela noite, ao olhar para o céu pela janela de seu apartamento, ela se permitiu por um segundo imaginar um futuro onde pudesse, enfim, se sentir segura e feliz. Era um pensamento distante, mas, pela primeira vez, não pareceu completamente impossível.

O Transtorno do Apego Desorganizado

O transtorno do apego desorganizado ocorre quando a criança cresce em um ambiente onde as figuras de apego são simultaneamente fontes de conforto e medo. Isso geralmente acontece em lares marcados por negligência, abuso ou instabilidade emocional dos cuidadores. Como resultado, a criança desenvolve padrões de apego confusos, oscilando entre a necessidade de proximidade e o medo da rejeição.

Na vida adulta, essa desorganização se manifesta em dificuldades para estabelecer e manter relações saudáveis. Pessoas com esse transtorno podem ter medo da intimidade, mas ao mesmo tempo anseiam por conexão. O sentimento de não merecimento e a expectativa constante de que algo ruim acontecerá são comuns. Isso pode levar a comportamentos autossabotadores, como evitar relacionamentos ou permanecer em dinâmicas tóxicas que reforçam suas crenças negativas sobre si mesmas.

O tratamento do transtorno do apego desorganizado envolve, principalmente, a psicoterapia. Abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajudam a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais, promovendo um novo entendimento sobre o próprio valor e a forma de se relacionar com os outros. O desenvolvimento da autocompaixão e o fortalecimento de vínculos saudáveis são passos fundamentais nesse processo.

Clara queria acreditar nessas palavras, mas sentia que era tarde demais para mudar. Ainda assim, naquela noite, ao olhar para o céu pela janela de seu apartamento, ela se permitiu por um segundo imaginar um futuro onde pudesse, enfim, se sentir segura e feliz. Era um pensamento distante, mas, pela primeira vez, não pareceu completamente impossível.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem se mostrado uma abordagem eficaz para o tratamento do medo, ajudando as pessoas a reestruturarem seus pensamentos e enfrentarem gradualmente suas preocupações. Um dos recursos mais inovadores dentro desse contexto é o uso da Realidade Virtual (RV). A RV permite que o paciente seja exposto a situações que despertam medo de maneira controlada e segura, favorecendo a dessensibilização e a reestruturação cognitiva.

Usando a Realidade Virtual

Por meio da Realidade Virtual, é possível simular ambientes específicos, como alturas para quem tem medo de lugares altos, aviões para quem tem medo de voar ou até mesmo interações sociais para quem sofre de ansiedade social. Essa tecnologia possibilita que a exposição seja ajustada conforme a necessidade do paciente, permitindo um enfrentamento gradual e progressivo. Além disso, a RV reduz as barreiras logísticas e emocionais que muitas vezes dificultam a exposição no mundo real, tornando o tratamento mais acessível e eficaz.

Na jornada de Clara, entre o medo e a esperança, a Realidade Virtual pode representar uma ferramenta valiosa. Com a utilização dessa tecnologia, Clara poderia ser gradualmente exposta aos seus receios em um ambiente seguro e controlado, ajudando-a a desenvolver novas habilidades para lidar com suas inseguranças. Dessa forma, a RV poderia ser uma ponte entre suas dificuldades e a construção de um caminho mais seguro e confiante rumo à esperança.

Dessa forma, o uso da Realidade Virtual na psicoterapia potencializa os resultados do tratamento, acelerando o processo de superação dos medos e promovendo maior autonomia e segurança para os pacientes. Combinada com a TCC, essa tecnologia representa um avanço significativo no cuidado com a saúde mental, oferecendo novas possibilidades para enfrentar e superar o medo de forma inovadora e eficaz.

Referências

  • Bowlby, J. (1988). A Secure Base: Parent-Child Attachment and Healthy Human Development. New York: Basic Books.
  • Cassidy, J., & Shaver, P. R. (Eds.). (2016). Handbook of Attachment: Theory, Research, and Clinical Applications. Guilford Publications.
  • Liotti, G. (2004). Trauma, Dissociation, and Disorganized Attachment: Three Strands of a Single Braid. Psychotherapy: Theory, Research, Practice, Training, 41(4), 472–486.
  • Main, M., & Solomon, J. (1990). Procedures for Identifying Infants as Disorganized/Disoriented during the Ainsworth Strange Situation. In M. T. Greenberg, D. Cicchetti, & E. M. Cummings (Eds.), Attachment in the Preschool Years: Theory, Research, and Intervention (pp. 121–160). Chicago: University of Chicago Press.
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A Jornada de Clara: Superando os Ecos do Passado https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/a-jornada-de-clara-superando-os-ecos-do-passado/ https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/a-jornada-de-clara-superando-os-ecos-do-passado/#respond Thu, 29 May 2025 13:50:17 +0000 https://rosimeiremebs.wrgroupsolucoesdigitais.com.br/?p=1541 Esta é uma história fictícia de uma mulher adulta chamada Clara, e como história, ela será contada em capítulos. Clara sempre se descreveu como alguém que “tinha tudo para dar certo”, mas que, por algum motivo, carregava um peso invisível. Aos 30 anos, vivendo em um relacionamento estável com Mario, seu companheiro de trabalho e de vida, ela ainda sentia que algo faltava.

Apesar de amar a rotina que construíram juntos — acordar cedo, ir à academia, voltar para trabalhar de casa —, Clara evitava sair dessa bolha segura. “Eu só quero ficar em casa”, repetia para si mesma, mesmo sabendo que o isolamento começava a prejudicar sua saúde mental.

Capítulo 1: Lembranças da Infância

Clara cresceu em uma casa simples, com poucos recursos financeiros. Seu pai, empreendedor, lutava para manter o negócio de pé, enquanto ela sonhava com uma vida diferente. As memórias de sua infância eram contraditórias: havia momentos bons, mas o sentimento de inferioridade sempre esteve presente.

“Eu nunca me senti boa o suficiente”, pensava. “Parecia que todas as outras crianças tinham mais. Mais roupas, mais brinquedos, mais confiança.” O eco desses sentimentos ainda a acompanhava. Clara ainda olhava para si mesma com olhos críticos, questionando seu valor.

Capítulo 2: A Escola

Os anos do ensino fundamental foram um desafio à parte. O bullying que sofreu a fazia se sentir constantemente em alerta, com medo de ser alvo de piadas e comentários maldosos. Mesmo com algumas amizades, as lembranças eram majoritariamente negativas.

Mas, no ensino médio, tudo mudou. Ela trocou de escola, fez amigos incríveis e encontrou um ambiente onde podia ser ela mesma. “Foi a melhor época da minha vida”, dizia. O contraste entre as duas fases escolares ainda a fazia refletir sobre como o ambiente pode transformar alguém.

Capítulo 3: Desafios da Vida Adulta

Hoje, Clara enfrenta novos desafios. Ela ama o conforto de sua casa e o relacionamento com Mario, mas sente dificuldade em se conectar com a família dele. Tornar-se madrinha do sobrinho foi uma responsabilidade que aceitou com relutância, mas que reforçou a ideia de que era difícil para ela se comprometer emocionalmente com pessoas fora de seu círculo mais próximo.

As visitas a familiares ou interações sociais mais amplas eram sempre um esforço. “Eu me sinto como uma impostora”, confessou a Mario certa vez. “Não sei como me encaixar.”

Capítulo 4: O Ponto de Virada

Certo dia, durante uma conversa com uma amiga do ensino médio, Clara ouviu uma frase que a fez pensar:”Você não precisa ser perfeita ou estar confortável o tempo todo para viver plenamente.”

Essas palavras ecoaram em sua mente. Ela decidiu buscar ajuda para entender por que se sentia tão presa às memórias do passado e como poderia se libertar delas.

Capítulo 5: A Caminhada de Clara

Com a ajuda da terapia, Clara começou a revisitar suas crenças sobre si mesma. Ela percebeu que o sentimento de inferioridade vinha de situações que já não faziam parte de sua realidade. Descobriu, também, que seu medo de socializar estava relacionado a experiências passadas de rejeição.

Pequenos passos começaram a fazer diferença:

  • Ela aceitou um convite para almoçar com a cunhada e, apesar da ansiedade, conseguiu aproveitar o momento.
  • Adotou uma nova prática: toda vez que um pensamento negativo surgia, ela parava, respirava fundo e se perguntava: “Isso é realmente verdade ou é só um medo antigo falando?”

Gradualmente, Clara começou a se abrir para o mundo fora de sua zona de conforto. Ainda era difícil, mas ela aprendeu que a transformação vem devagar, um passo por vez.

Fechamento da História: Clara Hoje

Hoje, Clara não se descreve mais como “inferior” ou “incapaz”. Ela entende que a história de sua infância e adolescência faz parte de quem é, mas não define seu futuro.

“Eu ainda amo ficar em casa”, diz ela com um sorriso. “Mas agora também amo sair e criar novas histórias para contar.”

Considerações Finais:

Esta história pode refletir a vida de muitas pessoas que, assim como Clara, carregam o peso de crenças limitantes que as impedem de explorar a vida em sua plenitude. Muitas vezes, essas crenças têm raízes profundas em experiências do passado, momentos que deixaram marcas e criaram barreiras internas difíceis de superar.

A jornada de Clara nos lembra que, mesmo diante de desafios aparentemente intransponíveis, há caminhos para ressignificar o passado e transformar o presente. Reconhecer nossas emoções, compreender nossos padrões de pensamento e nos permitir pequenas mudanças são passos poderosos rumo a uma vida mais equilibrada e significativa.

Se você se identificou com essa história, saiba que não está sozinho. Todos nós enfrentamos nossas batalhas internas e carregamos histórias que moldam quem somos. O importante é lembrar que é possível mudar, um passo de cada vez. Afinal, não há vida sem desafios, mas também não há desafios que não possam ser superados com coragem, apoio e determinação.

Permita-se viver plenamente, resgatar seu poder pessoal e escrever novas histórias. A mudança começa em você.

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